FIJ critica suspensão da RSF das Nações Unidas

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) considerou, a 11 de Agosto, que a suspensão da organização Repórteres Sem Fronteiras da Comissão de Direitos Humanos da ONU é “uma preocupante evidência da grave crise que afecta a liberdade de imprensa a nível mundial”.

“Parece inconcebível que a agenda da Comissão de Direitos Humanos da ONU esteja a ser ditada por governos dedicados à censura e à intolerância face aos dissidentes”, afirmou Aidan White, secretário-geral da FIJ.

Em carta ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e ao Alto Comissário para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello, o responsável da FIJ criticou a pena aplicada à RSF por ter protestado contra o facto de ser a Líbia a assumir a presidência da referida Comissão.

“Podemos não concordar com a forma do protesto”, afirmou White, “mas a suspensão é totalmente injustificada. O facto de por trás dessa decisão estarem regimes com um longo historial de desrespeito pelos direitos humanos e que têm muito a aprender no respeitante à liberdade de expressão, afecta gravemente a credibilidade da Comissão de Direitos Humanos da ONU”.

“É um trágico sinal dos tempos que a liberdade de discordar que muitos desses países puseram fora da lei a nível nacional, esteja agora a ser posta em causa a nível global”, considerou AidanWhite.

A FIJ chamou ainda a atenção de Kofi Annan para o facto de o Conselho Económico e Social das Nações Unidas, o organismo que tomou a decisão de suspender a RSF, nunca ter convidado esta organização para explicar a sua acção de protesto.

“Se a política de direitos humanos tem algum futuro”, alertou a FIJ, “isso está nas mãos dos governos de facto empenhados na democracia e no respeito pelos princípios da liberdade de expressão”.

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