A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou o encerramento, no dia 20, do diário de língua basca “Engunkaria”, que classificou como “um golpe para a liberdade de Imprensa” desta região autónoma de Espanha.

O “Egunkaria”, o único diário publicado no idioma basco, negou as acusações do Ministério do Interior, o qual justificou o encerramento do jornal alegando que este informava a ETA sobre movimentações da polícia na região.

Dez jornalistas do “Egunkaria” foram detidos na sede do jornal, em Andoain. Cerca de 300 guardas civis confiscaram computadores e outro material, antes de selarem as instalações, de acordo com testemunhos citados pela FIJ.

“Quando o único diário de língua basca foi encerrado desta maneira, caiu uma sombra na liberdade de Imprensa dentro da comunidade de língua basca”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White. Mas as implicações desta acção para o futuro da liberdade de Imprensa “preocupam os jornalistas de toda a comunidade”.

O “Egunkaria” era visto como “um jornal mais independente do que outras publicações que simpatizam com os radicais bascos”, afirmou Aidan White, que está preocupado com a possibilidade de “um ataque total ao idioma basco, um dos mais antigos da Europa”.

O encerramento diário foi a última de uma série de acções que decorreram durante três dias no norte do País Basco, que levaram a inúmeras detenções.

Em 1998, a polícia espanhola encerrou o jornal “Egin”, que apoiava a ETA e cujo lugar foi ocupado por publicações pró-separatistas que surgiram posteriormente.