A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou o bombardeamento israelita às instalações da televisão Al-Manar, alertando que este ataque representa uma ameaça à vida dos profissionais da comunicação, viola as leis internacionais e constitui um incentivo ao uso da violência para silenciar média dissidentes.
Sublinhando que um governo que se proclame democrático não deve apoiar este tipo de violência contra a imprensa, a FIJ diz que o bombardeamento contra a Al-Manar se insere num padrão de ataques aos média que tem aumentado desde 1999, ano em que a NATO matou 16 pessoas numa acção contra as instalações da emissora sérvia RTS, alegando que esta era um instrumento de propaganda do regime de Slobodan Milosevic.
A tendência prosseguiu em 2002, quando Israel bombardeou as instalações de uma emissora de rádio e televisão palestinianas em Gaza e Ramallah, e quando tropas dos EUA atacaram os escritórios da Al-Jazeera em Cabul, durante a guerra no Afeganistão, e em Bagdade, aquando da invasão do Iraque em 2003, ocasião em que foi morto o jornalista Tareq Ayyoub.
Não obstante o carácter controverso da Al-Manar, cuja ligação ao Hezbollah levou à proibição das suas emissões em França, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, diz que “em situações de conflito, os jornalistas desarmados não podem ser tratados como combatentes”, uma vez que “quando um lado decide atacar um órgão de comunicação por encarar as suas mensagens como propaganda, todos os média ficam em risco”.