FIJ compara caso australiano ao de Judith Miller

A situação de dois repórteres australianos, do “Herald-Sun” que o tribunal quer obrigar a quebrar o sigilo jornalístico, está a preocupar a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que se afirma solidária com Michael Harvey e Gerard McManus.

Ambos serão acusados de desobediência ao tribunal se mantiverem a recusa em nomear, perante o juiz Michael Rozenes, do tribunal de Melbourne, a fonte que lhes facultou a informação de que o governo ia cancelar os 500 milhões de dólares para as reformas prometidas aos veteranos de guerra.

A Justiça australiana pretende saber se a revelação partiu de Desmond Kelly, que após a divulgação da reportagem foi acusado ao abrigo do Commonwealth Crimes Act.

“Num momento em que a repórter norte-americana Judith Miller cumpre pena por proteger as suas fontes, este caso vem provar que a defesa do sigilo profissional é um tema mundial”, considerou a FIJ, lembrando que “esse dever pode ceder em circunstâncias especiais, mas essas não se verificam nesta situação, pois não há qualquer ameaça à segurança nacional; o governo está apenas a tentar minimizar o seu embaraço”.

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