FIJ apela a maior rigor na cobertura da questão saaráui

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) apelou aos órgãos que cobrem o conflito no Saara Ocidental para que garantam um maior rigor na informação que disponibilizam ao público, depois de vários meios espanhóis terem reproduzido uma foto tirada em Janeiro de 2006 num centro médico de Gaza como se fosse uma imagem recente de crianças saaráuis vítimas da violência em Laayoune.

A fotografia foi distribuída pela agência Efe, que a recebeu de uma organização com ligações à Frente Polisario e a difundiu de boa fé, tendo a imagem sido publicada em meios como o “El Pais”, o “ABC”, o “El Mundo” ou o “La Vanguardia”.

Assim que o erro foi detectado, um pedido de desculpas foi prontamente emitido, mas o incidente recordou os jornalistas dos riscos da desinformação sobre a crise no Saara Ocidental, uma situação que “exige um maior cuidado na verificação das fontes de informação”, segundo o secretário-geral da FIJ, Aidan White.

Condenando veementemente o caso, o Sindicato Nacional da Imprensa Marroquina (SNPM) alertou para outra foto falsa, esta divulgada pela estação televisiva Antena 3. A imagem retratava alegadamente um massacre no Saara Ocidental, mas era na verdade a fotografia do local de um crime em Casablanca, publicada a 28 de Janeiro deste ano no jornal marroquino “Al Ahdat”.

Sublinhando que a publicação de informação falsa comporta o risco de “erodir a confiança pública nos média e ter impacto na sua credibilidade”, a FIJ apela ao levantamento de todas as restrições à liberdade de imprensa no Saara Ocidental, para que os jornalistas possam aceder e confirmar a informação de forma independente, ao invés de estarem dependentes de fontes que podem ser partes envolvidas no conflito.

A FIJ instou igualmente Marrocos a baixar o tom das críticas “infundadas” contra os média espanhóis, acusados de serem “racistas” e estarem “cheios de ódio”, e considerou que ao retirar a acreditação ao jornalista Luis de Vega, correspondente do “ABC” no país, as autoridades marroquinas cometeram “uma interferência inaceitável em assuntos de jornalistas”.

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