Fenaj insta empresários a respeitar direitos dos jornalistas

A Federação Nacional de Jornalistas do Brasil (Fenaj) instou os empresários dos média no país a não transferirem para os trabalhadores o ónus da crise económica internacional, pois esta “efectivamente ainda não atingiu os órgãos de comunicação” e, além disso, não foi criada pelos jornalistas.

A mesma estrutura sindical fez também um convite público às entidades representativas do patronato do sector para que participem num colóquio mediado pelo Ministério do Trabalho e Emprego com o objectivo de debater a crise e, principalmente, encontrar soluções que preservem o emprego e respeitem os direitos dos trabalhadores.

Segundo a Fenaj, 102 jornalistas perderam o emprego no Brasil nas primeiras semanas deste ano, alegadamente devido aos efeitos da crise económica internacional, a qual também tem sido usada como pretexto para negar aumentos salariais reais e melhores condições de trabalho.

“O discurso da crise económica mundial é utilizado como biombo para encobrir gestões incompetentes nos meios de comunicação”, afirma a Fenaj, acusando as opções empresariais no sector de ignorarem “os problemas sociais decorrentes dos despedimentos e da degradação salarial dos trabalhadores, bem como o direito da sociedade à informação com qualidade”.

Por esse motivo, a Fenaj exorta a classe e os seus sindicatos a intensificar a mobilização e iniciativas de combate às formas de precarização das relações de trabalho e flexibilização dos contratos, pois só em 2008 o sector dos média no Brasil cresceu 15,5% em relação ao ano anterior.

A organização insta ainda os jornalistas a reforçar os seus laços colectivos e as suas organizações sindicais e apela ao Estado para que empregue os recursos públicos de apoio aos média criteriosamente, com transparência e exigindo contrapartidas sociais, pois “não é justo que os grupos de comunicação que promoveram despedimentos em massa continuem usufruindo de verbas de publicidade e financiamentos” públicos.

Partilhe