Fenaj critica atentados à liberdade de imprensa

Três casos envolvendo jornalistas e a liberdade de imprensa no Brasil tiveram lugar recentemente no país, o que levou a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) a pronunciar-se publicamente, criticando situações de hostilização.

O primeiro caso teve lugar a 30 de Outubro, quando militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) ameaçaram vários jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, em Brasília.

Nessa mesma tarde, numa conferência de imprensa, foi a vez de o governador reeleito do Paraná, Roberto Requião (PMDB/PR), ofender de modo genérico jornalistas e empresas de comunicação.

No dia seguinte, a 31 de Outubro, três repórteres da revista “Veja” foram inquiridos nas dependências da Polícia Federal em São Paulo.

Para o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, o caso das agressões em Brasília é condenável pois, embora “as pessoas possam manifestar sua contrariedade à cobertura da imprensa”, não são admissíveis “ameaças e violências contra jornalistas ou a própria imprensa como instituição”.

No que respeita ao caso do Paraná, a Fenaj solidarizou-se com o Sindicato dos Jornalistas local, que condenou a atitude desrespeitosa do governador Requião em relação aos jornalistas.

“O governador tem o direito de reclamar do que considera ser uma partidarização da cobertura do processo eleitoral, mas não pode ofender de modo genérico profissionais e meios”, assinalou a Fenaj.

Quanto aos jornalistas da “Veja” que foram chamados a depor na Polícia Federal de São Paulo, a Fenaj entrou em contacto com a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, que assegurou a legalidade da convocatória e um tratamento não intimidatório aos profissionais. Também a procuradora da República, Elizabeth Kobayashi, que testemunhou os depoimentos, afirmou que, no seu entendimento, não houve intimidação pessoal. Porém, numa nota divulgada pela “Veja”, esta afirma que houve constrangimento dos jornalistas. Falta apenas que estes se pronunciem.

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