FEJ insta Governo português a respeitar a liberdade de expressão

“Não compete aos governos dizer aos jornalistas como devem fazer o seu trabalho”, afirmou Arne König, presidente da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), comentando as declarações do Ministro da Presidência Morais Sarmento sobre os “limites à liberdade” no Serviço Público de Televisão.

Reforçando a condenação já anteriormente expressa pela FEJ, o presidente da organização, em nota divulgada a 27 de Outubro, manifesta a sua total solidariedade com o Sindicato português na defesa dos direitos dos jornalistas e salienta que as declarações de Morais Sarmento fazem “lembrar o passado”.

“Todos os políticos, todos os jornalistas e todos os cidadãos na Europa sabem que não compete aos governos dizer aos jornalistas como devem fazer o seu trabalho”, afirmou Arne König, sublinhando que a FEJ “está preocupada com este público desejo de manipular o serviço público dos média e de baixar os padrões de exigência profissional dos jornalistas”.

Na sua tomada de posição, o presidente da FEJ insta o Governo português a pôr termo imediato a tais pretensões e a quaisquer outras medidas que limitem a liberdade de expressão, e manifesta o seu apoio à criação de um órgão regulador dos média independente e livre das interferências governamentais, formado com o parecer dos sindicatos e da sociedade civil.

Arne König apela ainda ao Governo e a todos os deputados para que promovam um debate público sobre as atribuições, competências e composição daquele órgão regulador.

“Assiste-se em toda a Europa a um aumento do nível de concentração dos média, com a cumplicidade dos governos, que ameaça os valores e a independência do serviço público”, alerta Arne König, renovando o apelo da FEJ a todas as organizações de jornalistas para que reforcem a luta contra todas as formas de pressão, sejam comerciais ou políticas.

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