FEJ define prioridades para o próximo ano

A crise da qualidade nos média, os problemas de comunicação com a União Europeia, os direitos dos jornalistas freelance e o futuro do jornalismo foram os temas escolhidos pelos jornalistas presentes na Assembleia Geral da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) para as campanhas do próximo ano.

Em Bled, na Eslovénia, quase uma centena de representantes da classe, oriundos de 30 países, entre os quais Portugal, acordaram uma série de acções urgentes para enfrentar a crise dos média na Europa.

Entre as medidas definidas pelos jornalistas estão a oposição vigorosa à nova estratégia de comunicações da União Europeia, a qual poderá vir a enfraquecer a cobertura dos assuntos comunitários; a busca de maior transparência nas relações financeiras da UE com os média; e a promoção de campanhas a nível nacional para a criação de cláusulas de excepção que protejam os jornalistas das novas directivas europeias sobre retenção de dados.

A Assembleia decidiu ainda concentrar esforços na defesa do modelo europeu de serviço público e pressionar a União Europeia no sentido da revisão da directiva da Televisão Sem Fronteiras; lançar uma campanha deontológica que reforce a independência editorial dos jornalistas e a qualidade do jornalismo; e defender os direitos dos jornalistas freelance, os quais foram consagrados numa carta adoptada por unanimidade no encontro.

Os jornalistas acordaram ainda em levar a cabo iniciativas importantes como a apresentação de um kit sobre a forma como as mulheres que estão na política são retratadas nos média, no âmbito de um projecto comunitário contra a discriminação, e a criação de uma rede de sindicatos de jornalistas dos novos países da UE, das nações do Leste e dos antigos estados da URSS, para enfrentar questões como a liberdade de imprensa e os direitos de propriedade.

Frisando que os desafios da classe são claros, o presidente da FEJ, Arne König, afirmou que os problemas que se colocam ao jornalismo “pioram quando os políticos não compreendem a importância dos média para a democracia e os proprietários não entendem o valor da qualidade”, pelo que está nas mãos dos jornalistas lutar para mudar essas atitudes.

Partilhe