FBI encerra sítios da Indymedia

O Centro de Média Independente (CMI) de Portugal e outros sítios regionais da rede Indymedia foram encerrados temporariamente, a 7 de Outubro, devido a uma acção conjunta do FBI e da polícia britânica, que confiscaram os servidores da organização alojados em Londres.

A acção foi de pronto contestada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que considera “intolerável e intrusiva” esta operação policial contra uma rede especializada em jornalismo independente.

A apreensão dos servidores provocou o encerramento de 21 dos mais de 140 sítios Web da rede Indymedia: Portugal; Galiza; Euskal Herria (País Basco); Andorra; Nantes, Nice, Lille e Marselha (franceses); Antuérpia, Liége, Oost e West Vlaanderen (belgas); Belgrado; Praga; Polónia; Itália; Reino Unido; Western Massachusetts (EUA); Brasil; Uruguai; e Ambazonia (sul dos Camarões). Foram ainda afectados parte do sítio da Alemanha e o sítio global de rádio do CMI.

Apesar do esforço dos activistas da Indymedia para voltar a disponibilizar os sítios a partir de cópias de segurança, nem todos ficaram operacionais durante o fim-de-semana.

Segundo o CMI, a polícia britânica apreendeu dois servidores usados pela rede Indymedia nas instalações da empresa Rackspace em Londres, a pedido do FBI norte-americano, que afirma ter intercedido em nome dos governos italiano e suíço.

Em Setembro, o FBI tinha solicitado a pessoal da Indymedia nos Estados Unidos que retirasse do sítio Indymedia Nantes imagens de polícias suíços à paisana a fotografarem manifestantes. Essas fotografias continuam disponíveis noutros sítios Web.

Porém, não se sabe se a ordem de 7 de Outubro está relacionada com esse incidente, uma vez que a Rackspace afirma não poder dar informações acerca da ordem policial à Indymedia.

A rede Indymedia aborda sobretudo assuntos de justiça social e política e é constituída por fóruns abertos onde qualquer um pode publicar os seus comentários.

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