Falta de provas impede processo sobre morte de Terry Lloyd

O Crown Prosecution Service britânico alegou insuficiência de provas para prosseguir com o processo relativo à morte do jornalista da ITN Terry Lloyd, morto no Iraque em Março de 2003 após ser atingido na cabeça pela bala de uma metralhadora norte-americana.

“De momento não há provas suficientes que permitam apurar a identidade da pessoa que disparou a bala que matou Terry Lloyd. Também há dados insuficientes sobre a cadeia de comando, por forma a estabelecer se há alguém a responsabilizar pela sucessão de eventos que conduziu à morte de Terry Lloyd”, afirmou Sue Hemming, chefe da Divisão de Contraterrorismo do CPS.

Dizendo que o CPS deveria ter vergonha de recuar tanto neste assunto, o secretário-geral do Sindicato Nacional de Jornalistas britânico (NUJ), Jeremy Dear, lembrou que “Terry foi morto porque tentou fazer o seu trabalho” junto com a restante equipa da ITN: o operador de câmara Fred Nerac, o intérprete iraquiano Hussein Osman e o operador de câmara belga Daniel Demoustier, único sobrevivente destes acontecimentos.

Além disso, o dirigente sindical considerou “insultuoso sugerir que Terry Lloyd foi de algum modo responsável pela sua própria situação ao não usar um capacete ou um colete à prova de bala”.

“Ele foi ferido por disparos iraquianos e norte-americanos, mas o tiro fatal veio de um soldado americano quando o jornalista estava a ser transportado numa ambulância improvisada”, sublinhou Dear.

O NUJ criticou ainda o facto de as autoridades dos EUA não terem colaborado na investigação, recusando-se a enviar testemunhas e a editar material vídeo relativo ao tiroteio.

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