EUA não esclarecem morte de jornalistas no Iraque

Três jornalistas foram mortos em Bagdade, a 8 de Abril de 2003, na sequência de acções militares norte-americanas. Quatro anos volvidos, as explicações para as mortes do ucraniano Taras Protsyuk, do espanhol José Couso e do iraquiano Tareq Ayyoub continuam a não ser credíveis, acusa a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Além dos casos já referidos, a FIJ exige ainda mais acção relativa aos casos do repórter britânico Terry Lloyd e dos seus colegas Fred Nérac e Hussein Osman, cujos corpos continuam desaparecidos, mortos aquando de um tiroteio entre tropas norte-americanas e iraquianas em Bassorá, em Março de 2003.

“Os Estados Unidos têm de responder às questões que ainda são colocadas acerca destas mortes, e de muitas outras, às mãos das suas tropas no Iraque. Com o número de jornalistas mortos a crescer diariamente, a impunidade torna-se intolerável, sobretudo quando está relacionada com as acções daqueles que falam em nome da democracia e dos direitos humanos”, disse Aidan White, secretário-geral da FIJ.

A propósito do tema, o dirigente recordou que em Dezembro de 2006 o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 1738, em que se defende a protecção dos jornalista em zonas de conflito e se considera o seu assassinato como crime de guerra.

“Esperamos que a resolução da ONU ajude a acabar com esta tendência para atacar os jornalistas, mas temos de continuar a lutar para que os casos passados sejam investigados e os assassinos sejam levados perante a justiça. Caso contrário, não só corremos o risco de mais jornalistas serem mortos, como de que o próprio jornalismo venha a morrer às mãos desta gente”, sublinhou o secretário-geral da FIJ.

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