O estudante de jornalismo Massoud Hamid foi condenado a três anos de prisão por um tribunal sírio, que o deu como culpado de integrar uma organização secreta e de tentar anexar parte do território sírio a um terceiro país.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) repudiou o veredicto sublinhando que o estudante, de origem curda, “apenas exerceu o seu direito de difundir livremente informação através da Internet”, e apelou à sua libertação imediata.

Massoud Hamid, assinala a RSF, está preso há 14 meses e foi submetido a maus-tratos na prisão.

“A severidade da sentença demonstra que as autoridades sírias querem calar a imprensa e representa uma flagrante violação dos tratados internacionais assinados pelo país”, acusa ainda a RSF.

O jovem, de 29 anos, frequentava o segundo ano do curso de Jornalismo e foi preso na Universidade de Damasco a 24 de Julho, um mês depois de ter publicado no sítio curdo www.amude.com, alojado na Alemanha, fotografias de uma manifestação na capital síria.

No protesto pacífico da minoria curda junto às instalações da UNICEF em Damasco, os manifestantes solicitavam respeito pelos direitos cívicos e políticos da população curda.

Na Síria, o acesso à Internet está limitado a uma elite, com as autoridades do país a filtrarem os conteúdos, e existe pelo menos mais uma pessoa encarcerada por ter colocado on-line ou divulgado via correio electrónico informações retiradas de um dos sítios digitais considerados proibidos no país.