Estações de rádio encerradas no Togo

A estação privada Radio Lumière, do Togo, foi encerrada dia 10 de Fevereiro no âmbito de uma tentativa de intimidação do sector, devido à radiodifusão de posições críticas à designação do filho do presidente Gnassingbé Eyadema para líder do país.

Logo no início da semana, as autoridades retiraram do ar as transmissões via FM da Radio France Internationale (RFI). As emissões foram entretanto reatadas, mas um repórter da estação continua no vizinho Benim por não lhe ser concedido visto para entrar no Togo.

No caso da Radio Lumière, a polícia também apreendeu material da estação, acusando a emissora de estar a incentivar à violência ao difundir debates críticos da situação que se vive no país.

O silenciamento das estações ocorreu após a morte, no início de Fevereiro, do presidente Gnassingbé Eyadema, que durante 38 anos comandou os destinos do Togo, e deve-se ao facto de os militares pretenderem entregar a presidência a Faure Gnassingbé, filho de Eyadema, desrespeitando a Constituição.

Para permitir a sucessão, o Parlamento local começou por tentar alterar a Constituição, o que gerou um coro de protestos de nível internacional.

De acordo com o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), fontes locais revelaram que muitas rádios privadas têm difundido debates e entrevistas acerca da situação que desagradaram às autoridades, tendo estas, num encontro realizado a 10 de Fevereiro com directores e editores das estações, ameaçado com a não renovação das licenças de radiodifusão.

O CPJ acrescenta ainda que são particularmente visadas por estas ameaças quatro estações de Lomé, a capital togolesa: Radio Kanal FM, Radio Nana FM, Radio Nostalgie e Radio Maria.

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