Estação de rádio suspensa sine die em Anjouan

O Ministério do Interior e da Informação de Anjouan, ilha que em 1997 se declarou independente das Comores, suspendeu a 13 de Janeiro, e “até ordem em contrário”, a programação informativa diária da Radio Dzialandzé Mutsamudu (RDM).

Ao que tudo indica a suspensão está relacionada com a cobertura de uma recente greve de médicos por parte da RDM, que deu tempo de antena aos clínicos depois da estação pública Radio Télévision Anjouan (RTA) lhes ter recusado a possibilidade de responderem a declarações do ministro da Saúde, Fadhula Said Ali.

Após uma reunião efectuada no início do ano com responsáveis das duas estações para analisar o caso, o governo decidiu emitir a ordem de suspensão da RDM, acusando-a de produzir “programas que não são conformes com os seus estatutos e regulamentos internos”.

Fundada como rádio comunitária em 1992, a RDM está sediada em Mutsamudu, capital de Anjouan, e dedicou-se inicialmente sobretudo a temas culturais, mas tem uma parceria com a Radio France Internationale (RFI) para emitir notícias internacionais.

Sublinhando que não existe nenhuma lei que impeça a estação de emitir programas de informação sobre temas nacionais, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considera que a suspensão do programa informativo faz com que a ilha se afaste do resto do mundo e “mine o pluralismo informativo, que é essencial à democracia”.

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