Escritório da Al-Jazeera encerrado no Kuwait

O Ministério da Informação do Kuwait anunciou a 13 de Dezembro o encerramento das instalações da Al-Jazeera no país, retirando ao mesmo tempo as acreditações aos profissionais daquela emissora, depois de o canal por satélite pan-árabe ter emitido imagens em directo da polícia do sultanato a agredir manifestantes com bastões, a 8 de Dezembro, e ter entrevistado um deputado da oposição, no dia 12.

Além dos manifestantes, que protestavam contra alegados planos de alteração da Constituição que irão “suprimir a liberdade e a democracia”, os agentes da autoridade agrediram o jornalista Mohamed al-Sindan, do diário Al-Seyassah.

Ao justificar a suspensão da Al-Jazeera, Faysal al-Mutlaqim, um director de departamento do Ministério da Informação, recordou que todos os órgãos de comunicação social foram alertados previamente pelo Ministério de que não poderiam publicar ou emitir quaisquer notícias sobre os eventos recentes, nem abordar o assunto.

“É profundamente irónico que o governo reconheça publicamente e sem qualquer aparente embaraço que vai encerrar o escritório da Al-Jazeera porque os jornalistas fizeram o seu trabalho. Publicar notícias sobre ‘eventos recentes’ é uma boa descrição das funções diárias dos jornalistas”, afirmou Mohamed Abdel Dayem, coordenador do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) no Médio Oriente e Norte de África.

Instando as autoridades a reabrirem imediatamente as instalações da Al-Jazeera e a reporem as acreditações aos profissionais da estação, o CPJ recordou que desde que foi criada, em 1996, a Al-Jazeera já foi encerrada ou suspensa em praticamente todos os países da região, estando actualmente suspensa em Marrocos, no Barém e no Kuwait.

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