Equipa de televisão indonésia acusa Díli de pressões ilegítimas

A equipa de televisão Metro TV anunciou hoje, 7 de Junho, que decidiu regressar a Jacarta por estar a ser alvo de pressões do governo timorense.

Em causa está a reportagem da Metro TV sobre alegadas afirmações do primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, divulgadas sábado pela Associated Press, de que antigos membros das milícias pró-Indonésia seriam os autores de episódios recentes da violência que há semanas abala Timor-Leste.

“Fui informado de que nalgumas acções – incêndio de casas e outra violência e agitação civil – estiveram envolvidas ex-milícias de 1999”, terá dito Mari Alkatiri, citado pela Associated Press.

Segundo a repórter da Metro TV, Desi Fitriani, citada pela Lusa, o vice-ministro timorense dos Recursos Naturais, Minerais e da Política Energética, José Teixeira, contactou-a no início da semana, em nome do primeiro-ministro, para a informar o trabalho que aquele canal de televisão apresentava “prejudicava as relações bilaterais Díli/Jacarta”.

Em declarações à Lusa, José Teixeira desmentiu ter contactado alguma vez a equipa da Metro TV, e que não tinha “comentário nenhum a fazer” à acusação da jornalista indonésia.

Alegando “falta de condições de segurança” para continuar a trabalhar em Timor-Leste, a equipa da Metro TV regressou a Jacarta.

Entretanto, em comunicado enviado à Agência Lusa, o gabinete de Mari Alkatiri informou ter já havido um encontro com o embaixador da Indonésia em Díli, Ahmed Bey Sofwan, “a fim de desfazer dúvidas quanto a alguma informação de órgãos de comunicação social indonésios”.

“O primeiro-ministro nunca envolveu a Indonésia como co-responsável na actual crise existente em Timor-Leste”, salienta o gabinete de Alkatiri no comunicado.

Jornalistas australianos atacados

Uma equipa de jornalistas australianos da ABC – dois profissionais de televisão e um intérprete timorense – foi agredida a 6 de Junho, em Díli, por desconhecidos.

O ataque ocorreu quando o veículo dos jornalistas parou na estrada e o grupo de atacantes se apercebeu de que o intérprete timorense era oriundo de uma zona do país diferente da deles.

O intérprete timorense foi espancado até que os jornalistas conseguiram pôr de novo o carro em andamento. O repórter Mark Bowling e o operador de câmara Rob Hill sofreram ferimentos ligeiros na face e no pescoço, na sequência do arremesso de pedras contra a viatura em que seguiam.

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