O repórter Firas Hatoum, o operador de câmara Abdel-Azim Khayat e o motorista Mohammed Barbar, todos do canal televisivo por satélite New TV, estão detidos desde 19 de Dezembro por terem entrado no apartamento de uma testemunha chave no processo de investigação ao assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri em 2005.

Segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a manutenção da equipa de reportagem da New TV na prisão de Roumié, no nordeste de Beirute, enquanto aguarda julgamento, é escusada uma vez que os três indivíduos não representam qualquer ameaça e já passaram mais de uma semana sob custódia policial.

Além disso, a RSF afirma que a equipa de reportagem entrou no apartamento de Mohammed Zouheir Siddik, a referida testemunha do assassinato de Rafik Hariri, com o consentimento deste e um ano depois da casa ter sido examinada pela comissão internacional de inquérito e de lá terem sido retiradas as provas necessárias ao processo.

Por não ter a chave da porta, a equipa de reportagem entrou no apartamento pela janela, com a ajuda do gerente do edifício e de um segurança. Tudo sob o olhar passivo de um polícia à paisana cuja função era vigiar o apartamento e que permitiu a recolha de imagens sem levantar problemas.

Só depois da exibição pública da filmagem, a 19 de Dezembro, é que o procurador Said Mirza ordenou a detenção dos três elementos da equipa de reportagem da New TV, do gerente do edifício e do segurança, acusando-os de roubo ao abrigo da lei penal, algo que poderá valer-lhes entre três e oito anos de prisão.