Editor enfrenta pena de morte por publicar cartoons de Maomé

O editor iemenita Mohammed al-Asaadi, do “Yemen Observer”, corre o risco de ser condenado a vários anos de prisão ou até à pena de morte por ter decidido publicar versões cortadas de três dos cartoons de Maomé do “Jyllands-Posten” na edição de 3 de Fevereiro do seu jornal.

Depois de já ter cumprido 12 dias de detenção pela publicação dos desenhos e de ter visto o “Yemen Observer” suspenso durante três meses, Mohammed al-Asaadi está actualmente a ser julgado em tribunal devido a uma queixa do xeque Abdul-Majid Zindani, presidente do Islah Shura Council, que se sentiu atingido nos seus direitos civis e que encara os cartoons como um insulto ao profeta Maomé.

Em sua defesa, o jornalista alega que só publicou versões obscurecidas de três dos desenhos para contextualizar o debate sobre as imagens e garante que, se se analisar o global da cobertura jornalística do “Yemen Observer” acerca do caso, é fácil ver que ele defendeu o profeta e até criticou a actuação dos cartunistas dinamarqueses.

“Estou a enfrentar ameaças de morte nas ruas por ter exercido a minha profissão e ter apelado à compreensão”, afirma Mohammed al-Asaadi, dizendo-se “deprimido e algo frustrado com a situação” e com o impacto negativo que esta teve na sua família.

O caso de Al-Asaadi foi uma das mais de vinte acções punitivas ou intimidatórias contra órgãos que publicaram os cartoons, acções essas que se registaram em 13 países: África do Sul, Arábia Saudita, Argélia, Bielorrússia, Dinamarca, Iémen, Índia, Jordânia, Líbano, Malásia, Marrocos, Rússia e Síria.

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