Editor do Tajiquistão condenado a trabalho “correctivo”

Dois anos de trabalho “correctivo” foi a pena aplicada por um juiz de Dushanbe, capital do Tajiquistão, a Mukhtor Bokizoda, editor do semanário “Nerui Sukhan”, jornal que foi encerrado há várias semanas pelo governo.

O jornalista – acusado de roubar electricidade para a gráfica da Fundação para a Memória e Protecção dos Jornalistas, de que é presidente – foi ainda condenado a uma multa de 1500 somonis (cerca de 440 euros) e verá apreendido 20 por cento do salário que irá receber num trabalho que, em princípio, lhe será atribuído pelo tribunal ao abrigo da pena de trabalho “correctivo”.

De acordo com o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), esta sentença tem motivações políticas e pretende impedir o jornalista de reabrir o “Nerui Sukhan”, publicação que já foi encerrada quatro vezes pelas autoridades desde a sua fundação em 2003.

O jornal é conhecido por denunciar casos de corrupção no seio do governo e apresentar uma visão alternativa à dos jornais estatais, pelo que o seu encerramento e a actual perseguição ao seu editor é vista pelo CPJ como uma tentativa de eliminar vozes incómodas antes das eleições presidenciais de 2006.

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