Dois jornalistas polacos assassinados no Iraque

Waldemar Milewicz e Mounir Bouamrane, jornalistas da televisão estatal polaca, TVP, foram assassinados a 7 de Maio, no Iraque. A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) repudiaram o crime e voltaram a alertar para os perigos que os profissionais dos média enfrentam nos cenários de guerra.

Waldemar Milewicz, um dos mais experientes correspondentes de guerra polacos, e o seu produtor, Mounir Bouamrane, foram mortos em Latifiya, a cerca de 30 quilómetros de Bagdade, quando, por a estrada principal estar encerrada ao trânsito, enveredaram por uma via secundária que julgavam ser segura.

O automóvel em que seguiam, devidamente identificado como sendo da imprensa, foi alvejado por trás por presumíveis guerrilheiros iraquianos, tendo Waldemar Milewicz tido morte imediata.

Mounir Bouamrane foi alvejado fatalmente em seguida, quando fugia do automóvel, e o operador de câmara da TVP, Jerzy Ernst, que também seguia na viatura com o motorista, ficou ferido num braço.

A equipa da TVP havia saído de Varsóvia apenas dois dias antes.

Waldemar Milewicz, há vinte anos a trabalhar para a estação TVP, já fizera a cobertura de conflitos nos Balcãs, no Afeganistão, no Ruanda e no Camboja, e ganhara diversos prémios, tendo sido considerado Jornalista do Ano na Polónia em 2001.

Para o CPJ, RSF e FIJ, a morte de Waldemar Milewicz e Mounir Bouamrane mostra que o Iraque é, neste momento, o pior país para o exercício do jornalismo, e a Federação Internacional de Jornalistas lembra ainda que os repórteres não devem ser enviados para zonas de conflito sem a devida preparação, pois nenhuma reportagem, por melhor que seja, compensa a perda de vidas.

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