Dois jornalistas nigerianos condenados à morte

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condena a recente confirmação da “fatwa” (sentença de morte) a dois jornalistas nigerianos.

A sentença de morte proferida a 21 de Julho pelo Comité de Jama’atul Nasril Islam (JNI) contra Nduka Obiagbena e Isioma Daniel, dois jornalistas nigerianos do Estado de Kaduna, mereceu o mais vivo repúdio e condenação da FIJ, em comunicado emitido dia 24.

“Esta sentença de morte exacerba o já intolerável clima de medo e opressão que se faz sentir sobre os média na Nigéria”, afirmou o secretário-geral da FIJ, Aidan White, reiterando as advertências feitas na carta enviada ao presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, em Novembro de 2002: “O jornalismo de qualidade não nascerá do terror e as reacções contra os jornais e o seus trabalhadores atingiram agora intoleráveis e histéricas proporções”.

O caso contra Nduka Obiagbena, editor do “ThisDay”, e Isioma Daniel, antiga repórter do jornal, data de 16 de Novembro de 2002, e tem na base um controverso artigo desta jornalista, considerado blasfemo. Apesar das desculpas apresentadas pelo jornal, as instalações do “ThisDay” em Kaduna foram incendiadas e decretada a “fatwa”, agora confirmada pelo JNI.

Apelando para que a condenação à morte dos dois jornalistas seja anulada, a FIJ faz notar que tendo em consideração o pedido de desculpas do “ThisDay”, o governo nigeriano deveria “promover o diálogo entre todas as partes interessadas de forma a encontrar uma solução para esta questão de forma a prevenir futuras catástrofes”.

Partilhe