Dois jornalistas libertados e um preso na China

As autoridades chinesas libertaram os jornalistas Ching Cheong e Li Changqing, ambos presos há cerca de três anos, mas condenaram a quatro anos de cadeia o repórter Lü Gengsong.

Apesar desta redução no número de profissionais da imprensa encarcerados, de acordo com o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) a China continua a ser o país com mais jornalistas presos: 28.

A libertação de Ching Cheong – que estava preso por alegada espionagem a favor de Taiwan – foi inesperada e as autoridades não avançaram qualquer justificação para a mesma.

Quanto a Li Changqing, originalmente detido por publicar notícias não autorizadas sobre um surto de dengue, foi libertado a 2 de Fevereiro, o que em princípio lhe permitirá deslocar-se a Gotemburgo, na Suécia, entre 1 e 4 de Junho, para receber a Caneta Dourada da Liberdade, galardão que lhe foi atribuído pela Associação Mundial de Jornais (WAN).

No que respeita ao caso de Lü Gengsong, notícias divulgadas pela WAN e pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF) dão conta de que a sentença se seguiu a um julgamento à porta fechada, realizado a 22 de Janeiro em Hangzhou, no qual o jornalista foi acusado de “incitar à subversão”.

Aparentemente, as acusações estão relacionadas com artigos escritos para sítios Internet fora da China onde Lü Gengsong criticou abertamente funcionários corruptos e relatou o julgamento de um activista pelos direitos humanos ocorrido um dia antes da sua detenção, a 24 de Agosto de 2007.

O advogado do jornalista afirmou que vai recorrer da sentença para instâncias superiores nos próximos dez dias.

Organizações como o CPJ, a WAN e a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) apelaram a que, até ao início dos Jogos Olímpicos de Pequim, em Agosto, as autoridades de Pequim libertem os jornalistas que ainda estão presos no país, tendo o CPJ instado ainda cidadãos de todo o mundo a assinarem uma petição online pela libertação de jornalistas presos na China lançada na passada semana.

Partilhe