Discriminação alarmante das jornalistas no Mundo Árabe

Um estudo realizado pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) em 14 países do Médio Oriente e Mundo Árabe apresenta números alarmantes acerca da discriminação de que as jornalistas são alvo naquela região.

Segundo o estudo “Gender Fact Sheets on Women Journalists in the Middle East and the Arab World”, apesar de cerca de 60% dos licenciados em jornalismo serem mulheres, apenas 27% da força de trabalho nos média é do sexo feminino e a militância sindical feminina resume-se a 21%.

Perante estes números, a necessidade de aumentar a representação das mulheres nos média levou representantes das jornalistas reunidas em Al Manama, no Barém, entre 6 e 8 de Março, a adoptar algumas prioridades: recrutar mais mulheres para os órgãos de comunicação, continuar a promover a sua presença nas direcções dos sindicatos e preparar um Código de Conduta regional sobre a representação das mulheres nos média.

“É inspirador ver as jornalistas da região a lutarem pelos seus direitos. Chegou a altura de os políticos, os proprietários dos média e os sindicatos assumirem responsabilidades na luta pela igualdade na região”, afirmou Sarah Bouchetob, responsável de projectos e campanhas da FIJ no Médio Oriente e Mundo Árabe.

Apesar de ser melhor, no resto do mundo a situação das mulheres não é contudo muito diferente, tendo o secretário-geral da FIJ, Aidan White, instado os proprietários dos média de todo o mundo a darem mais destaque às mulheres nas notícias, seja como profissionais seja como matéria noticiosa.

Considerando que a agenda noticiosa mudaria bastante se as mulheres tivessem acesso igual a cargos de liderança, Aidan White apelidou a situação de desigualdade de “deplorável” e reafirmou o empenho da FIJ em divulgar os resultados de um estudo sobre a presença das mulheres nas notícias – que diz que estas são muitas vezes invisíveis – e em envolver os sindicatos e as redacções nesse debate.

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