Director de rádio nigeriana libertado

Moussa Kaka, director da rádio privada Saranouya FM e correspondente em Niamey, no Niger, da Radio France International (RFI) e da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), foi libertado a 16 de Agosto, informa a RSF.

As autoridades do Niger pretendem inculpar Moussa Kaka num ataque, cometido a 10 de Agosto no Norte do país, e reivindicado pelo irmão de Rhissa Aq Boula, ex-ministro actualmente na prisão, durante uma entrevista por telefone à Saranouya FM. A falta de provas levou à libertação do jornalista, mas o radialista continua obrigado a estar à disposição da polícia.

“Se recebemos com alívio esta libertação, nem por isso deixamos de estar preocupados. De facto, Moussa Kaka receia uma nova convocação do procurador, que continuará a ter a intenção de o levar perante a justiça. Pedimos o abandono definitivo das perseguições ao nosso correspondente que não fez mais do que o seu trabalho de jornalista”, afirma a RSF em comunicado de 19 de Agosto.

A RSF contesta ainda as condições da “guarda à vista” em que o jornalista se encontra, pois segundo a lei do país ela não deve ultrapassar as 48 horas, e já durava há quatro dias. Para além disso, refere a RSF, o jornalista foi impedido de se encontrar com o seu advogado antes do fim do quarto dia.

Kaka foi preso a 12 de Agosto, nas instalações da rádio, que foram alvo de uma rusga policial no dia seguinte, de onde foi retirada a agenda e o livro de endereços do jornalista. A residência de Kaka foi igualmente alvo de buscas.

O ataque que esteve na origem da prisão de Kaka foi reivindicado por Mohammed Boula, em nome da Frente de Libertação de Aïr e Azaouk (FLAA), um grupo armado oficialmente extinto em 2000. O atentado visou três autocarros, provocando três mortos, 11 feridos e o rapto de dois polícias.

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