Uma queixa de difamação levou a polícia da República Centro-Africana (RCA) a deter o director do diário “Le Citoyen”, Alexis Maka Gbossokoto, na manhã de 8 de Julho em Bangui, capital do país.
A queixa foi feita pelo ex-director da empresa de electricidade Energie Centrafricaine (ENERCA), Jean-Serge Wafio, que afirma ter sido despedido em Junho devido aos artigos do Le Citoyen que o acusavam de desvio de fundos.
Directores de outros cinco jornais Momet Mathurin, do Le Confident, Faustin Bambou, do Les Collines du Bas-Oubangui, Ambroise Yalima, do Le Patriote, Jacob Kamandoko, do Centrafric’un, e Judes Zossé, do L’Hirondelle foram igualmente intimados a comparecer perante o procurador-geral e o ministro do Interior a 9 de Julho, levando as respectivas licenças de publicação, mas não responderam à convocatória.
De acordo com declarações de um membro do Grupo de Editores da Imprensa Privada Independente Centro-Africana (GEPPIC) à Journaliste en Danger (JED), esta acção não passa de uma tentativa de subjugar a imprensa independente privada, e por isso a GEPPIC decidiu, em assembleia extraordinária, suspender a publicação dos seus jornais a partir de 12 de Julho e até que seja libertado Alexis Maka Gbossokoto.
No início deste mês, o ministro das comunicações da RCA, Parfait MBay, acusou a imprensa independente de excessos graves e disse que os jornais estavam a ser usados por alguns cidadãos para desinformar, manipular e desacreditar responsáveis do governo, pelo que aconselhava aos editores dessas publicações que contassem a verdade, e nada mais que a verdade, lembrando-se contudo que nem todas as verdades devem ser contadas.
O ministro frisou também que os jornais que até 15 de Julho não cumpram as regras legais estabelecidas em Janeiro de 2003 que exigem que as licenças de publicação sejam acompanhadas de uma cópia do cadastro do editor poderão ser encerrados.