Comemora-se este sábado, 18 de Outubro, o Dia da Democratização dos Média, data que é assinalada internacionalmente desde 2001 e que visa incentivar a produção e distribuição de informação que promova valores democráticos e dê voz aos cidadãos.

O conceito surgiu no Canadá e apresenta-se como uma resposta à crescente concentração dos órgãos de comunicação social, defendendo um reforço do serviço público de radiodifusão, o desenvolvimento de órgãos independentes e o surgimento de espaços para a participação da sociedade civil.

A noção de democratização dos Média tem por base a ideia de que cabe aos órgãos de comunicação social veicular informações políticas, sociais e culturais em função do interesse público das mesmas, papel que estará a ser mal desempenhado devido à concentração e às pressões comerciais.

Como consequência, reduz-se a pluralidade de vozes e de pontos de vista, lesando-se a democracia e o direito dos eleitores a participar de forma fecunda no debate político, que fica circunscrito às elites.

Os mentores do Dia da Democratização dos Média saúdam a abertura promovida pela Internet e gostariam de vê-la expandir-se aos meios de comunicação tradicionais.

A acção começou por ser organizada em Toronto e Vancouver por iniciativa da Campaign for Press and Broadcasting Freedom, movimento que surgiu em 1996 da união de vários grupos que queriam fazer frente à aquisição, por parte de Conrad Black, de grande parte da imprensa canadiana.

A data foi escolhida por motivos históricos, já que a 18 de Outubro de 1892 entrava em funcionamento a primeira linha telefónica de longa distância, entre Chicago e Nova Iorque, e, três décadas mais tarde, a 18 de Outubro de 1922, John Reith criava a BBC com vista a promover um sistema de radiodifusão capaz de formar, informar e entreter sem pressões políticas e comerciais.