CPJ divulga relatório sobre ataque ao Hotel Palestina

As causas dos disparos sobre o Hotel Palestina, em Bagdade, a 8 de Abril, de que resultaram dois jornalistas mortos, continuam por determinar. Contudo, está posta de parte a eventual resposta a fogo hostil, segundo uma investigação feita pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

O CPJ concluiu que “não há provas que suportem a posição oficial dos Estados Unidos de que as forças norte-americanas respondiam a fogo hostil que partira do Hotel Palestina. Isso contradiz o testemunho ocular de numerosos jornalistas”.

No seu extenso relatório, denominado “Autorização para disparar” e que está disponível no seu sítio na Net, o CPJ afirma que não havia intenção de atingir o hotel, que o Pentágono e os seus oficiais em Bagdade sabiam estar cheio de jornalistas. Mas os oficias superiores “aparentemente não conseguiram transmitir as suas preocupações ao comandante do tanque que disparou sobre o hotel”.

Os investigadores, Joel Campagna e Rhonda Roumani, ouviram cerca de uma dúzia de jornalistas que estavam no local, incluindo dois repórteres incorporados nas forças dos EUA, que escutaram informações trocadas via rádio antes e depois do ataque.

O pedido do CPJ ao Departamento de Defesa dos EUA para entrevistar o comandante do tanque, Philip Wolford, ainda está pendente. A organização sublinha que, nas entrevistas, Philip Wolford tem contradito as suas próprias declarações e as doutros responsáveis militares.

Os disparos sobre o Hotel Palestina atingiram uma varanda do 15.º andar, usado pela Reuters. Um repórter de imagem, o ucraniano Taras Protsyuk, ficou ferido e morreu no hospital. O 14.º andar também foi atingido e Jose Couso, repórter da Telecinco, também morreu. Outros três jornalistas ficaram feridos.

Familiares do repórter espanhol pediram recentemente ao Supremo Tribunal de Madrid que investigue e leve a julgamento os militares norte-americanos responsáveis pela morte de Couso.

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