CPJ contabiliza mais de 300 jornalistas mortos na última década

O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) anunciou que, entre 1994 e 2003, foram assassinados 347 jornalistas, mas apenas em 26 dos casos os responsáveis pelo crime foram presos ou processados. O balanço do CPJ fica aquém dos números apresentados por outras organizações, como é o caso da Federação Internacional de Jornalistas que em Março de 2003 considerava terem sido mortos mais de 1100 jornalistas e outros profissionais dos média nos últimos 12 anos.

Segundo o balanço do CPJ agora divulgado, dos 347 jornalistas mortos na última década durante o exercício da sua actividade, apenas 55 se encontravam em cenários de guerra ou de conflito. Os restantes 264 foram vítimas de assassinatos premeditados em represália pela informação que divulgaram.

Ainda segundo o CPJ, desde 1994 registaram-se 20 casos de jornalistas sequestrados antes de serem assassinados, e são diversos os casos, especialmente na Argélia e na Turquia, em que “os profissionais dos média simplesmente ‘desapareceram’ depois de terem ficado sob a custódia do governo”.

O CPJ considera que o país mais perigoso para os jornalistas, na última década, foi a Argélia, onde perderam a vida 51 jornalistas argelinos, seguido da Colômbia, com 31 mortos, e da Rússia, com 30 jornalistas assassinados, na maior parte dos casos em represália pelas suas reportagens de denúncia de actividades mafiosas.

Fotografar ou captar imagens em cenários de guerra é uma actividade considerada das mais perigosas pelo CPJ, que regista o facto de terem morrido nos últimos dez anos 51 câmaras, repórteres fotográficos e técnicos de som. A maioria destas vítimas tombou na Serra Leoa, Iraque, Jugoslávia e Rússia, vítima de fogos cruzados, mas outros foram mortos deliberadamente devido às imagens que revelaram ao mundo.

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