Contra-terrorismo criou novas formas de censura

A luta antiterrorista que se sucedeu aos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos tem contribuido para uma série de ameaças à liberdade de expressão, “reavivando velhas formas de censura e criando algumas novas”, afirma o relatório 2007 da organização Human Rights Watch.

A afirmação consta de um ensaio especial do relatório, intitulado “A Shrinking Realm: Freedom of Expression since 9/11”, escrito por Dinah Pokempner, conselheira geral daquela organização de defesa dos direitos humanos.

A mesma autora diz ainda que “há motivos para acreditar que tanto os conflitos armados contemporâneos como a chamada guerra ao terrorismo têm tornado cada vez mais precário o exercício do jornalismo”, e compara o perigo em que se encontra a liberdade de expressão ao aquecimento global: “É um perigo real, catastrófico, que está a acelerar e que, no entanto, é quase invisível”.

Como sinais desse perigo, Dinah Pokempner indica as várias leis antiterroristas que têm sido aprovadas em países como o Reino Unido, a Dinamarca ou a Turquia, a forma como os governos têm tentado controlar a informação na Internet em nome do combate ao terrorismo e o facto de o número de jornalistas mortos no mundo aumentar a cada ano que passa, em grande parte devido à guerra no Iraque.

Fora do âmbito da liberdade de expressão, é de salientar que o relatório mundial de 2007 da Human Rights Watch insta a União Europeia a assumir um papel de liderança na luta global pelos direitos humanos e identifica como principais desafios humanitários mundiais as situações que ocorrem actualmente no Darfur, no Iraque, na Coreia do Norte, na Birmânia e no Turcomenistão.

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