Condições de detenção de Raúl Rivero são inaceitáveis

Blanca Reyes, mulher do jornalista Raúl Rivero, preso em Cuba, afirmou à organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) que as condições de detenção do marido “são desumanas e inaceitáveis”.

Raúl Rivero “perdeu 19,5 quilos desde a sua prisão, a 20 de Março”, disse na segunda-feira Blanca Reyes à RSF. A mulher do dissidente cubano garante que o marido “tem fome”, embora “não se queixe”, e acrescenta que a situação é agravada pelo facto de Rivero só poder receber uma visita de três em três meses. “Só lhe posso levar alimentos de três em três meses. Como as conservas são proibidas, ele alimenta-se de pequenos bolos e não tem proteínas no seu regime alimentar”, afirma Blanca.

Raúl Rivero sofre ainda “com o calor” e com as condições de insalubridade da prisão, cujas celas, segundo a mulher, “estão infestadas de baratas e de mosquitos”.

“Nem Fidel Castro, quando foi condenado por ter pegado em armas contra o ditador Fulgencio Batista, conheceu tais condições de detenção”, diz Blanca Reyes.

Para além de exigir ao governo a tomada de medidas para a resolução deste problema, Blanca Reyes adverte ainda as autoridades para o facto de a mãe do jornalista, Hortensia Castañeda, de 82 anos, se encontrar afectada pela prisão do filho. “Considero o governo responsável pelo seu estado de saúde”, afirmou.

Raúl Rivero foi condenado em Abril último a 20 anos de prisão por “atentado à independência e à integridade do Estado”.

Segundo a RSF, pelo menos outros sete jornalistas, presos no fim de Março, estão doentes. Entre eles conta-se Oscar Espinosa Chepe, com uma cirrose no fígado, actualmente hospitalizado em Santiago de Cuba. De acordo com a mulher do jornalista, Miriam Leiva, que exige a transferência do marido para Havana, este receia ser infectado com outras doenças e recusa submeter-se a exames médicos. Chepe terá perdido mais de 20 quilos e a sua vida poderá estar em perigo.

Os restantes presos com problemas de saúde assinalados pela RFS são Víctor Rolando Arroyo Carmona, Carmelo Díaz Fernández, Hector Maseda Gutiérrez, Jorge Olivera Castillo, Miguel Galván Gutierrez e Normándo Hernández. A RFS afirma que não estão a receber os cuidados de que necessitam e que terão perdido vários quilos.

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