“Mero rumor não fundamentado” foi como a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) considerou a alegada existência de jornalistas avençados pela Câmara Municipal de Lisboa (CML). A CCPJ arquivou o caso, após ter ficado sem resposta uma carta solicitando esclarecimentos sobre a matéria ao presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes.

A intervenção da CCPJ surgiu na sequência de uma interpelação do Sindicato dos Jornalistas, relativamente a uma afirmação do presidente da CML que, em entrevista, disse existirem contratos de avença entre o município e alguns jornalistas.

Na carta enviada ao presidente da autarquia, a CCPJ pediu uma cópia da entrevista onde teriam sido produzidas essas declarações e uma «lista completa das pessoas – ou pessoa se apenas uma – que, intitulando-se jornalista ou permitindo que outro(s) assim o(s) intitulasse(m), celebraram tais contratos com a CML», bem como uma cópia do ou dos contratos firmados, «para que se apure se tais actividades são ou não incompatíveis com o exercício da profissão de jornalista».

A carta foi enviada a 22 de Fevereiro, após os membros da Comissão da Carteira terem decidido, por unanimidade, pedir esclarecimentos a Pedro Santana Lopes, tal como foi comunicado ao SJ a 13 de Maio. Na ausência de qualquer resposta do presidente da CML, a Comissão decidiu considerar as declarações como “mero rumor não fundamentado” e arquivou o caso.