Colaboradores da EFE contestam nova política da agência

Vários correspondentes da agência noticiosa EFE na Galiza manifestaram a sua indignação pela decisão da empresa de não lhes assegurar uma avença fixa pelas suas colaborações e de só lhes pagar por notícia emitida, uma situação também denunciada nas Canárias e na Andaluzia.

Até agora, as avenças destes colaboradores não superavam em regra os 600 euros mensais e a empresa há anos que prometia melhorar a sua situação laboral caso eles se inscrevessem como trabalhadores por conta própria, pagando às suas custas os 220 euros obrigatórios para a segurança social.

Porém, como denunciou o jornalista andaluz José Lorenzo Benítez, a empresa limita o trabalho destes colaboradores a sete notícias diárias, sendo que duas têm de ser exclusivas. Cada notícia normal vale 7 euros se for regional e 11 se for nacional. Já uma notícia exclusiva vale 11 euros se for regional e 16 se for nacional. As fotografias valem também 16 euros. A tudo isto é preciso deduzir 15% para o IRPF (equivalente ao IRS).

Segundo os responsáveis da EFE na Galiza, os trabalhadores que souberem trabalhar com áudio e vídeo – e tiverem equipamento próprio – têm uma oportunidade de melhorar o seu rendimento, pois a empresa pagará 40 euros por material vídeo em bruto e 80 se já estiver editado. Mas só se a notícia sair na linha da agência.

Nas suas críticas a esta política da EFE, José Lorenzo Benítez diz que a agência parece estar a descuidar o uso da palavra em benefício da imagem: “A mensagem aos jornalistas é muito clara: deixem-se de interpretar a realidade e cuidar da língua espanhola e convertam-se em meros reprodutores audiovisuais sem critério próprio”.

Os trabalhadores já anunciaram que vão recorrer a todos os mecanismos legais para reclamar os seus direitos e o Sindicato de Jornalistas da Galiza (SXG) já lhes ofereceu o seu total apoio.

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