China restringe reportagens sobre leite contaminado

O Departamento Central de Propaganda da China impôs restrições a reportagens sobre o escândalo do leite em pó contaminado, que já vitimou dois bebés e fez adoecer mais de 1200, uma medida prontamente condenada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

As restrições incluem ordens para publicar apenas informação obtida de fontes oficiais como a agência noticiosa Xinhua e o “China Daily”, bem como para apresentação positiva dos esforços do governo para lidar com o problema, impedindo assim que as acções das autoridades de saúde e do governo sejam criticadas.

Segundo a FIJ, alguns departamentos de propaganda e governos locais proibiram directamente os média locais de noticiarem o escândalo, o que leva a organização a instar o executivo chinês a acabar com as limitações à reportagem e a permitir que os seus cidadãos tenham a imprensa livre que lhes tem sido prometida.

“Este é um claro exemplo da necessidade de média fortes e independentes. Se as autoridades chinesas continuarem a exercer controlos apertados sobre reportagens em assuntos de interesse público, desastres como este só se vão multiplicar”, afirma a FIJ Ásia-Pacífico.

A organização acresenta que “as limitações do governo à reportagem (sobre o assunto do leite contaminado) podem colocar em perigo mais vidas, porque está a ser negada informação essencial aos cidadãos”.

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