Brasil entra no Índice de Impunidade do CPJ

O Brasil é a única nova entrada no Índice de Impunidade elaborado anualmente pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que reúne os países com as mais elevadas taxas de insucesso na punição de assassinos de profissionais da comunicação.

A apresentação dos resultados teve lugar em Manila, capital das Filipinas, para assinalar o quarto aniversário do assassinato de Marlene Garcia-Esperat, colunista filipina abatida a tiro à porta de casa, à frente da família, alegadamente a mando de dois funcionários públicos.

Actualmente na sua segunda edição, o Índice de Impunidade do CPJ calcula o número de assassinatos de jornalistas por resolver como percentagem da população de cada país, incluindo apenas nações com cinco ou mais casos por resolver desde 1 de Janeiro de 1999. Na elaboração do índice não são tidos em conta os casos de jornalistas mortos em combate ou durante a cobertura de serviços perigosos, como protestos de rua.

O país com maior nível de impunidade continua a ser o Iraque, onde 88 assassinatos de jornalistas continuam por resolver, para uma população de 29,5 milhões de habitantes. Segue-se a Serra Leoa, a Somália, o Sri Lanka, a Colômbia, as Filipinas, o Afeganistão, o Nepal, a Rússia, o Paquistão, o México, o Bangladesh, o Brasil e a Índia.

“Preocupa-nos ver a justiça piorar em locais como o Sri Lanka ou o Paquistão. O nosso estudo indica que a não punição dos assassinatos de jornalistas perpetua a violência contra a imprensa”, afirmou Joel Simon, director-executivo do CPJ, sublinhando que “os países só saem desta lista da vergonha se se empenharem na procura da justiça”.

Em relação ao ano anterior, o Índice só apresenta ligeiras melhoras na Colômbia, onde o número de profissionais mortos tem diminuído e alguns culpados foram recentemente condenados em tribunal.

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