Berlusconi ataca imprensa escrita

Em declarações à agência ANSA, o presidente do Conselho italiano, Silvio Berlusconi, criticou duramente a imprensa escrita, acusando-a de, com os seus protestos contra a Lei Gasparri, querer parar o progresso, de forma semelhante à que os fabricantes de carroças quiseram, em tempos, impedir a produção de automóveis.

Defendendo o pacote legislativo aprovado recentemente pelo senado e pelo parlamento, Silvio Berlusconi minimizou também a importância da imprensa escrita, relembrando os baixos índices de leitura de jornais em Itália, e aproveitou igualmente para afirmar que “em Itália existe um regime”, onde os ditadores são os seus detractores.

Perante estas afirmações do governante, o secretário-geral da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), Paolo Serventi Longhi, diz ter ficado “sem palavras” e considera que, com este ataque violento à imprensa escrita, Berlusconi tornou ainda mais monumental o seu conflito pessoal de interesses.

O dirigente da FNSI aproveitou para reforçar que a Lei Gasparri penaliza particularmente os jornais em termos publicitários “em detrimento das televisões de Berlusconi”, e enalteceu a imprensa pela sua capacidade de análise e aprofundamento dos temas, “característica que deve ser a que mais aborrece o presidente do Conselho”.

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