Autoridade do Audiovisual em França adverte para risco de publicidade clandestina

O Conselho Superior do Audiovisual (CSA) advertiu os canais franceses de rádio e de televisão de que a menção específica, em programas, a duas das designações comerciais de redes sociais – o Facebook e o Twitter – pode constituir “publicidade clandestina”.

Em carta enviada às empresas e tornada pública a 6 de Junho, através de comunicado de Imprensa justificado pelo “mal-entendido” gerado em torno da questão, o regulador nota que, “hoje em dia, as redes sociais fazem parte integrante da vida quotidiana de uma parte considerável da população”.

“É normal que os serviços de radiotelevisão desejem integrá-los na concepção dos seus programas”, acrescenta, considerando que isso contribui para o “enriquecimento das emissões e permite uma interacção entre os telespectadores e os animadores”.

Considerando que remeter o telespectador para uma rede social sem a citar “é informativo”, o CSA nota que a utilização de denominações concretas, como estava a acontecer com programas que se referiam especificamente ao Facebook e ao Twitter, “reveste um carácter publicitário”, já que tais denominações constituem marcas comerciais.

Para o CSA, tal prática contraria disposições de uma lei de 1992, que fixam “os princípios gerais definidores das obrigações dos editores de serviços em matéria de publicidade”, segundo os quais “é proibida a publicidade clandestina”.

“Constitui publicidade clandestina a apresentação verbal ou visual de produtos, serviços, denominações, marcas ou actividades de um fabricante de produtos ou de um prestador de serviços nos seus programas, quando essa apresentação é feita com um fim publicitário”, recorda o CSA.

Citada por vários órgãos de informação na Internet, a porta-voz do CSA, Christine Kelly, explicou que a iniciativa do regulador francês questiona a preferência dada pelos programas nomeadamente ao “Facebook, que vale milhares de milhões de dólares, quando há muitas outras redes sociais em busca de reconhecimento”.

(Versão actualizada)

Ligação para o comunicado do CSA: 

http://www.csa.fr/actualite/communiques/communiques_detail.php?id=133577

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