Apelo mundial à segurança dos jornalistas em caso de guerra

Mais de cem organizações de jornalistas, empresas de comunicação e organizações de defesa da liberdade de Imprensa de todo o mundo apelaram hoje a todos os lados envolvidos num possível conflito no Iraque para que respeitem a segurança e a integridade dos jornalistas.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) é uma das organizações que apoiam o apelo lançado pelo recém-criado International News Safety Institute (INSI), onde se lembra que os jornalistas vão estar sob fogo cruzado no Iraque.

O INSI enviou uma carta aberta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas e ao Iraque, lembrando que todos os exércitos e respectivos comandantes devem respeitar os jornalistas como não-combatentes, protegidos pela lei internacional e apelando a que os profissionais da informação não sejam transformados em alvo.

“Nem os jornalistas nem os locais civis onde trabalham, sejam redacções, centros emissores ou edifícios não-militares, podem ser considerados alvos legítimos”, afirma a carta aberta, onde se pede ainda aos governos dos dois lados que assumam um compromisso público quanto à segurança dos jornalistas.

“As Convenções de Genebra exigem o respeito pelos direitos humanos dos jornalistas em tempo de conflito. Estão classificados como civis, com direito a ser protegidos da violência, de ameaças, da prisão e da tortura”, prossegue o documento.

O INSI pediu ainda aos milhares de jornalistas e profissionais dos média que vão cobrir o conflito na região para tomarem todas as precauções: “Muitas equipas vão viajar com e sob a protecção de forças destacadas no terreno, mas vão existir ainda mais equipas a trabalhar sozinhas, o que as transformará em alvos potenciais, como testemunhámos nos Territórios Palestinianos, onde operadores de câmara foram alvejados e agredidos, e no Afeganitsão, onde morreram mais jornalistas do que soldados nas duas primeiras semanas da invasão terrestre”.

A segurança dos jornalistas é fundamental para garantir uma cobertura objectiva e isenta de um conflito em torno do qual vão multiplicar-se as tentativas de desinformação e manipulação dos média, lembra o INSI, afirmando que é fundamental uma cobertura jornalística independente “antes, durante e depois da guerra”.

O INSI é uma rede global constituída para combater os ataques aos jornalistas e impedir que esses ataques prejudiquem a democracia ou afectem a circulação de notícias em todo o mundo.

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