Apelo à libertação de jornalistas chineses presos

Em carta aberta ao tribunal de Guangdong, 2356 jornalistas chineses pediram a libertação de Yu Huafeng e Li Minying, trabalhadores do “Nanfang Dushi Bao” que, segundo os signatários, estão a ser vítimas de uma perseguição injusta.

Yu Huafeng, ex-chefe-de-redacção adjunto do diário, e Li Minying, ex-editor, estão presos desde Janeiro de 2004, acusados de corrupção e de suborno, respectivamente. Depois de sentenças iniciais que os condenaram a 12 e 11 anos de prisão, a 7 de Junho de 2004 o tribunal de recurso reduziu as penas, aplicando oito anos de prisão a Yu e seis a Li.

Jornalistas chineses que têm acompanhado o caso declararam ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) que as provas apresentadas em tribunal contra os dois jornalistas não justificam as acusações de corrupção, pelo que o motivo deve ser outro, e relacionado com o trabalho jornalístico de Yu Huafeng e Li Minying.

A prisão dos dois jornalistas seguiu-se a reportagens de investigação do “Nanfang Dushi Bao” que embaraçaram as autoridades, como o espancamento até à morte de um jovem que estava sob a custódia do governo, em Março de 2003, e a divulgação de um caso de pneumonia atípica no país em Dezembro de 2003, antes do governo ter tornado essa informação pública.

A maior prisão de jornalistas do mundo

Além do caso de Yu Huafeng e Li Minying, a carta aberta dos mais de dois mil jornalistas chineses refere o nome de Cheng Yizhong – ex-chefe-de-redacção do “Nanfang Dushi Bao” distinguido com o Prémio Mundial de Liberdade de Imprensa UNESCO/Guillermo Cano 2005 – que esteve preso durante cinco meses em 2004.

Aliás, durante o ano transato, a China manteve-se pelo sexto ano consecutivo como líder da lista mundial de jornalistas presos, registando 42 profissionais dos média atrás das grades em 31 de Dezembro.

A juntar a isto, na China não há qualquer sindicato de jornalistas independente e as autoridades têm intimidado, assediado e prendido jornalistas que reivindicam publicamente maior liberdade ou a libertação de colegas presos.

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