Ano começa com onda de assassinatos de jornalistas

O início de 2009 tem sido marcado por diversos assassinatos de jornalistas – o mais recente dos quais vitimou Said Tahlil, director da rádio HornAfrik, da Somália, a 4 de Fevereiro –, o que levou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) a alertar que este ano poderá ser o mais mortífero de sempre para a classe.

“O alívio trazido pelo declínio nas mortes de jornalistas em 2008 foi sol de pouca dura”, disse Aidan White, secretário-geral da FIJ, durante a apresentação do relatório “Missões Perigosas: Jornalistas e pessoal dos média mortos em 2008”, lembrando que só durante o mês de Janeiro foram mortos dez camaradas de profissão.

Também a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) se revelou preocupada com esta situação e recordou que Said Tahlil foi o segundo jornalista assassinado este ano na Somália, o que faz aumentar o receio de que este seja “um ano particularmente sangrento para a profissão”.

Tanto a RSF como a FIJ consideram ser urgente fazer frente ao desafio da impunidade nos assassinatos de jornalistas, pois “até os políticos de países democráticos mostram uma indiferença gritante” perante estes ataques contra a comunicação social, questão que também preocupa o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que, no caso concreto de Tahlil, instou as autoridades somalis a não deixar o crime impune.

A impunidade é uma preocupação também invocada pelo Instituto Internacional de Imprensa (IPI), que divulgou esta semana o seu relatório sobre o estado da liberdade de imprensa no mundo. Nele, a editora Uta Melzer alerta para a existência de “um sentimento crescente de resignação, de que pouco se pode fazer para investigar e processar os assassinos”.

Partilhe