América Latina sem razões para celebrar 3 de Maio

O assassinato de sete jornalistas no primeiro quadrimestre de 2005, assim como muitos outros ataques à imprensa no mesmo período, faz com que a América Latina não tenha grandes motivos para celebrar a 3 de Maio o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

A afirmação é de Hernán Uribe, jornalista e presidente da Comissão Investigadora dos Atentados contra Jornalistas (CIAP), entidade ligada à Federação Latinoamericana de Jornalistas (FELAP), que destaca pela negativa países como o México, a Colômbia, o Brasil, o Equador e o Haiti.

No México, dois jornalistas – Raúl Gibb Guerrero e Guadalupe Escamilla – foram assassinados por indivíduos ligados ao narcotráfico, o que até levou o responsável da segurança do estado de Tamaulipas a recomendar o porte de arma aos profissionais da comunicação.

Na Colômbia registaram-se os assassinatos de Julio Palacios Sánchez e de Hernando Sánchez Roldan, enquanto no Brasil foi morto o director do “Jornal Vicentino”, Ricardo Gonçalves Rocha.

Hernán Uribe destacou ainda as mortes do chileno Julio García Romero, vítima de gases lacrimogéneos em Quito, capital do Equador, e do haitiano Jean Abdias, morto enquanto cobria uma acção policial perto de Port-au-Prince.

O responsável da CIAP focou ainda os ataques a antenas de transmissão e rádios na Colômbia e no Equador, assim como o despedimento em directo do jornalista Mauricio Funes, ocorrido a 16 de Fevereiro no Canal 12, de El Salvador.

Para finalizar, destaque ainda para a libertação de Horacio Braga, que havia sido condenado a prisão perpétua mas que só cumpriu alguns anos de prisão pelo assassinato, a 25 de Janeiro de 1997, do repórter gráfico argentino José Luis Cabezas.

Partilhe