Ameaças de morte contra jornalistas colombianos

Os jornalistas colombianos Daniel Coronell, Carlos Lozano e Hollman Morris receberam ameaças de morte a 16 de Maio, sob a forma de ramos de flores para as suas campas e para as dos seus familiares.

Além das ameaças, os três profissionais visados partilham o facto de terem investigado recentemente um massacre na região de Antioquia, que segundo agricultores e um padre foi levado a cabo pelo Exército e, de acordo com o governo, foi efectuado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

A 17 de Maio, o presidente Álvaro Uribe considerou as ameaças como “uma vergonha para a democracia” colombiana e disse que era preciso proteger melhor a comunicação social. No dia seguinte às suas declarações, os três jornalistas foram recebidos pelo vice-presidente Francisco Santos e por representantes da polícia, do Ministério Público e dos ministérios da Justiça e do Interior.

Organizações como a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP), o Instituto Prensa y Sociedad (IPYS) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) já condenaram vivamente as ameaças e elogiaram a alta qualidade do trabalho desenvolvido pelos três jornalistas.

Daniel Coronell é director da estação televisiva Noticias Uno e recebeu telefonemas ameaçadores pela primeira vez em Abril de 2002, depois de um artigo sobre possíveis ligações entre Álvaro Uribe e o narcotráfico. Por motivos ainda desconhecidos, voltou a ser ameaçado telefonicamente em 2003 e a 22 de Abril deste ano.

Já Carlos Lozano, director do semanário “Voz”, uma publicação ligada ao Partido Comunista Colombiano, é alvo frequente de ameaças e ataques, o último dos quais ocorreu em Maio de 2002, quando um carro-bomba foi desactivado em frente ao seu escritório.

Quanto a Hollman Morris, apresentador do programa televisivo “Contravía” – que aborda violações dos direitos humanos na Colômbia –, tem no seu historial um exílio forçado em Setembro de 2000, devido aos seu trabalho como editor no “El Espectador”, e até sequestros e apreensões de material de trabalho por parte do Exército.

Partilhe