Ajudas só para quem garanta postos de trabalho

A Federação de Sindicatos de Jornalistas espanhola (FeSP) instou o Governo de José Luis Zapatero a ajudar apenas os meios de comunicação social que garantam os postos de trabalho, depois de a Associação de Editores de Diários Espanhóis (AEDE) ter anunciado que vai pedir o contributo do Estado para superar a crise do sector.

Entre outras medidas, a organização patronal irá solicitar reduções no IVA pela venda de imprensa, subsídios para inovação tecnológica e estímulos à leitura, com o argumento de que os poderes públicos devem contribuir para a estabilidade da imprensa por esta ser “a garantia de uma sociedade plural”.

Saudando a preocupação da AEDE com a pluralidade e a função social da imprensa, a FeSP recordou que é preciso também haver pluralidade interna nos órgãos e pugnar pela defesa da informação como bem social, e não como mera mercadoria.

Por isso, a organização sindical reclama do Estado que, caso conceda essas ajudas, só o faça a empresas que cumpram requisitos como: manter os postos de trabalho; apresentar planos de viabilidade acordados com os trabalhadores; cumprir obrigações contratuais e direitos laborais; ter planos dignos para os estágios académicos; e assegurar o pluralismo interno e a independência profissional através de Conselhos de Redacção.

Sem que esses requisitos sejam cumpridos, alerta a FeSP, essas ajudas apenas servirão para aumentar as receitas das empresas, ao invés de assegurarem que a imprensa não irá repetir erros recentes e vai cumprir com a obrigação de respeitar o direito dos cidadãos a ser informados.

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