Agressões a jornalistas no Brasil

Três repórteres brasileiros, cada qual num Estado diferente, foram vítimas de agressão durante a passada semana enquanto exerciam a profissão, o que motivou protestos da Federação Nacional de Jornalistas do Brasil (FENAJ) e dos sindicatos a ela afectos.

O primeiro caso ocorreu a 14 de Fevereiro, em Teresina, no Piauí, onde o jornalista Walcy Vieira foi agredido à porta de uma delegacia quando tentava fotografar o assessor parlamentar José Barbosa Neto, que aí foi prestar depoimento por ter ameaçado o proprietário de um sítio Internet.

No mesmo dia, o repórter Ginez Cesar, do jornal “O Progresso”, estava a cobrir a inauguração de um campus universitário quando foi agredido verbalmente por Laerte Tetila, prefeito de Dourados, no Mato Grosso do Sul, que o acusou de fazer “jornalismo terrorista” contra a sua administração.

Dois dias depois, em Florianópolis, capital de Santa Catarina, o fotojornalista Cláudio Silva, do “Diário Catarinense”, foi agredido por homens não identificados durante uma manifestação, tendo em seguida sido detido e agredido pela Polícia Militar por ter protestado contra a apreensão do seu equipamento fotográfico pelas autoridades.

No dia seguinte, a direcção do grupo RBS, presidido por Nelson Sirotsky – que também é presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) – decidiu despedir o fotojornalista alegando que este estava “tecnicamente alcoolizado”, omitindo as agressões de que ele tinha sido alvo e sem referir a qualidade do trabalho efectuado pelo repórter.

Em reacção, o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina emitiu uma nota em defesa da liberdade de manifestação e do exercício da profissão, exigiu providências do governo do Estado e está a tentar reverter a demissão de Cláudio Silva.

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