Agressões a jornalistas mancham Dia da Liberdade de Imprensa

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado a 3 de Maio, ficou manchado por agressões de agentes da autoridade a jornalistas no Paquistão e na Palestina.

No Paquistão, jornalistas que participavam em manifestações pacíficas para assinalar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em Lahore e Islamabad, foram agredidos por agentes policiais, tendo 50 deles ficado feridos e 60 sido detidos pelas autoridades.

Em Lahore, o ataque teve lugar quando os cerca de 200 jornalistas, que marchavam carregando faixas com slogans, se aproximaram de edifícios governamentais, enquanto que em Islamabad, a capital, repórteres e fotógrafos que se manifestavam a favor de melhores condições e mais liberdade de imprensa foram agredidos e detidos na esquadra local.

De acordo com Repórteres Sem Fronteiras, citada pelo INSI, as autoridades – que também destruíram material dos repórteres de imagem que filmavam a manifestação – conduziram alguns dos jornalistas detidos para uma prisão fora da capital, tendo o ministro da Informação, Sheikh Rashid, afirmado que o incidente pode ter resultado de um mal-entendido que será resolvido em breve.

Para o Comité para a Protecção dos Jornalistas, “agredir e prender jornalistas no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é enviar uma mensagem acerca da atitude do governo paquistanês face à comunicação social”.

Já na segunda quinzena de Abril, jornalistas que viajavam na companhia de um político da oposição foram alvo de pressões no aeroporto de Lahore, enquanto repórteres que faziam a cobertura de actividades de um partido da oposição em Carachi foram agredidos pela polícia.

Fotojornalistas agredidos na Palestina

Na Palestina vários agentes da polícia atacaram oito fotojornalistas que acompanhavam uma visita oficial do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

Segundo testemunhas oculares citadas pelo jornal “Al-Ayyam”, depois de uma revista à entrada do edifício, um grupo de agentes dirigiu-se aos profissionais que tentavam fotografar o presidente e agrediu-os, atirando alguns deles ao chão e danificando máquinas fotográficas e outro equipamento.

Os fotojornalistas agredidos foram Muhammad Shana’ah, da Reuters, Jamil Abu-Nahl, do grupo Mayadin, Hamdi al-Khawr, de um canal televisivo turco, e Muhammad Shabbat e Isma’il Al-Za’nun, da agência noticiosa palestiniana Ramtan.

Além da agressão, Isma’il Al-Za’nun viu ainda o seu equipamento danificado pelas autoridades, uma queixa comum a Mahmud Ubayd, da Al-Jazeera, Wisam al-Ashi, do canal por satélite iraniano Al-Alam, e Najib Abu-al-Jubayn, da AP.

Em protesto contra o incidente, os jornalistas abandonaram o local e reuniram-se com o secretário-geral da presidência, Al-Tayib Abd-al-Rahim, que pediu desculpas pelo sucedido.

Apesar do pedido de desculpas, a Associação de Jornalistas da Faixa de Gaza anunciou que os seus profissionais vão “boicotar todas as actividades da presidência, do governo e da polícia durante uma semana, até que sejam tomadas as devidas acções contra os agentes envolvidos neste ataque”.

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