“A impunidade vive, enquanto os jornalistas morrem”

Em muitas partes do mundo as autoridades não levam a cabo uma investigação séria e não se empenham na condenação dos assassinos de jornalistas, conclui o relatório anual do Instituto Internacional de Imprensa (IPI), que aponta um total de 78 jornalistas mortos em 2004.

O relatório foi divulgado a 22 de Março na 2004 Review, com o título “A impunidade vive, enquanto os jornalistas morrem”, e resulta da análise da situação dos média em 191 países e territórios.

“As autoridades deviam analisar os estragos causados pela impunidade e assegurar que quem comete a derradeira forma de censura é castigado”, afirmou Johann P. Fritz, director do IPI, para quem “em alguns casos, é óbvio que as autoridades e os assassinos têm uma causa comum: o silenciamento dos jornalistas para que informações embaraçosas nunca cheguem ao domínio público”.

Segundo o IPI, no Médio Oriente e Norte de África foram mortos 27 jornalistas (só o Iraque teve 23), na Ásia registaram-se outros 27 (12 dos quais nas Filipinas), nas Américas contabilizaram-se 15, na Europa foram 7 e na África sub-saariana 2.

Em relação a Portugal, o relatório destaca o “caso Marcelo”, a convocação de 53 jornalistas para depor sobre “violação do segredo de justiça” no processo da Casa Pia, e ainda a condenação do jornalista José Luís Manso Preto a 11 meses de prisão com pena suspensa, por se recusar a revelar as suas fontes de informação ao tribunal.

Partilhe