Despedimentos massivos ameaçam qualidade do jornalismo

A eliminação de milhares de postos de trabalho em meios de comunicação social no Reino Unido e em Espanha terá um impacto devastador na qualidade do trabalho produzido, alerta a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ).

A reacção surge após aquele que é o maior órgão de comunicação audiovisual do mundo, a BBC, ter anunciado que vai despedir quase um milhar de pessoas que trabalham no online ou fora do Reino Unido, e de a Prisa, proprietária do “El País” e que opera em 22 países, ter anunciado em Madrid e eliminação de 2500 postos de trabalho em diversas empresas do grupo.

Estas medidas “são devastadoras para o jornalismo de qualidade”, declarou Arne König, presidente da FEJ, acrescentando que os despedimentos massivos nos média públicos e privados “não têm em conta as consequências para o pluralismo, a liberdade de imprensa e a democracia” e revelam um cenário desanimador aos que exercem a profissão noutros países.

“Estes despedimentos, resultantes de um misto de objectivos políticos e empresariais, mais não fazem do que agudizar a crise da comunicação social na Europa”, realçou ainda Arne König, para quem é necessário mudar o rumo da situação através de acções a todos os níveis em prol do jornalismo como bem público.

O Sindicato Nacional de Jornalistas do Reino Unido (NUJ) assinalou, por seu lado, que os despedimentos nos média “reduzem também a influência britânica no mundo”, nomeadamente pelo facto de a BBC ser fonte de informação de diversos outros órgãos.

Também a Federação de Sindicatos de Jornalistas de Espanha (FESP) escreveu, em comunicado, que a Prisa “é líder em fórmulas de despedimento de pessoal, bem como em atribuir aos trabalhadores as consequências de uma gestão megalómana”, consequências das quais “os verdadeiros responsáveis saem ilesos”.

De salientar que já em Dezembro a Prisa encerrou o canal televisivo CNN+ e anunciou despedimentos no diário económico “5 días”.

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