Número de jornalistas presos aumenta em 2010

O número de jornalistas presos em 2010 ascende a 145 e é o mais elevado dos últimos 14 anos, afirma o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) que todos os anos contabiliza o número de profissionais atrás das grades.

A contagem do CPJ assenta numa “fotografia” tirada à meia-noite do dia 1 de Dezembro de cada ano e, tal como em anos anteriores, a China e o Irão lideram, com 34 jornalistas presos cada, o que no conjunto representa quase metade do total mundial. Ambos os países usam frequentemente acusações vagas de crimes contra o Estado para justificar o encarceramento de jornalistas.

Seguem-se a Eritreia (17), a Birmânia (13) e o Uzbequistão (6), país onde até o jornalista Dzhamshid Karimov, sobrinho do presidente, foi internado à força numa instituição psiquiátrica após ter criticado as políticas sociais e económicas do governo.

Num ano em que Cuba libertou 17 jornalistas presos na Primavera Negra de 2003, embora mantenha outros 4 profissionais da comunicação na prisão, “o aumento no número de jornalistas presos em todo o mundo é uma evolução chocante”, considerou o director-executivo do CPJ, adiantando que o mesmo se deve “em grande parte a meia dúzia de países que prendem jornalistas por sistema – países que estão em guerra com a informação em si”.

O CPJ destaca ainda que em 2010 houve um jornalista que morreu na prisão: o camaronês Germain Cyrille Ngota Ngota, encarcerado depois de ter perguntado a um assessor presidencial acerca de um alegado uso indevido de fundos da empresa petrolífera estatal.

Este ano é também o primeiro desde 2004 em que os Estados Unidos não surgem na lista, em virtude da libertação em Fevereiro deste ano de Ibrahim Jassam, um fotógrafo freelance que colaborava com a Reuters e que passou 17 meses na prisão sem ser alvo de qualquer acusação concreta.

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