Após cerca de um mês de espera, o jornalista colombiano Hollman Morris recebeu uma autorização de entrada nos EUA para estudar durante um ano em Harvard, ao abrigo de uma bolsa da Fundação Nieman. Recorde-se que, inicialmente, as autoridades norte-americanas recusaram emitir um visto ao jornalista por alegadas actividades terroristas.

Essa decisão, anunciada na altura como definitiva e sem possibilidade de recurso, foi contestada por um conjunto de organizações, do qual fizeram parte o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), a Fundação Nieman, o Instituto Sociedade Aberta, a Fundação Knight e a Sociedade Interamericana de Imprensa, entre outras. Na semana passada, até a Organização dos Estados Americanos interveio a favor de Morris.

Obviamente satisfeito com o desfecho deste caso, o CPJ frisa, contudo, que há questões a necessitar de resposta: Terão as autoridades dos EUA aceite informação fornecida pelas suas congéneres colombianas sem verificar a veracidade das alegações nelas contidas? E terão essas mesmas autoridades dos EUA seguido, ainda que temporariamente, o exemplo da Colômbia e perseguido um jornalista respeitado e crítico só por este ter simpatia para com o comunismo?