Jornalista instado a revelar as fontes no Gana

O procurador-geral do Gana instou o jornalista Ato Kwamena Dadzie, editor da estação de rádio Joy FM, a revelar as suas fontes numa notícia sobre ameaças de morte a membros da Associação de Promotores Imobiliários do Gana para que abandonassem uma queixa contra um negócio de construção no valor de 10 mil milhões de dólares entre o governo e uma empresa sul-coreana.

O artigo foi publicado a 6 de Julho e, segundo um porta-voz da polícia, as autoridades apenas instaram o jornalista a revelar as suas fontes para poder “proteger a vida e os bens” dos visados pelas referidas ameaças, enquanto o secretário-executivo da associação de promotores e o ministro da Informação, John Tia Akologu negaram a existência de ameaças.

Em comunicado, Akologu afirmou que o governo não estava interessado em criminalizar a opinião e/ou enviar qualquer jornalista a tribunal, tendo ainda acusado alguma comunicação social de se “esconder atrás da liberdade de imprensa para espalhar deliberadamente falsidades e até para incitar ao ódio”.

Entretanto, o Departamento de Investigações Criminais da polícia ganesa acusou Dadzie de publicar notícias falsas “com a intenção de causar medo e alarme”. O jornalista está actualmente em liberdade, após pagar uma caução de 5000 cedis (cerca de 2700 euros), e, segundo o seu advogado, arrisca-se a uma pena máxima de dois anos de prisão ou uma multa.

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